domingo, 20 de março de 2011

Quão Frágil é a Civilização Contemporânea?

Pergunta feita por um amigo em outro blog que resolvi trazer para cá também, para reflexão...

Minha resposta a pergunta é:

Penso que a civilização contemporânea é extremamente frágil, apesar de tentar se iludir do contrário. Tal ilusão baseia-se em vários aspectos. Um deles é a crença de que a tecnologia resolverá nossos problemas, assim a civilização amplia o leque de problemas e impactos humanos ao planeta na esperança de que avanços tecnológicos dêem conta de resolve-los...porém a própria tecnologia cria uma série de problemas e serem resolvidos posteriormente. Claro que devemos a tecnologia a manutenção da civilização atual...gás, energia elétrica, informática, transporte...etc, etc...mas todas elas criaram novos problemas, mas é impensável viver sem elas. No entanto, a civilização ignora como deve se comportar diante disso tudo e segue em frente pagando pra ver...
Penso que vivemos uma angustia existencial diante de tudo isso. O ser humano não sabe quem é, o que é, como é e até onde pode ir, o que pode alcançar.

Nossa responsabilidade é muito maior que a das civilizações antigas. Dentre muitas razões, a principal delas é que as civilizações antigas não tinham como saber o que acontecia do outro lado do planeta...nós sabemos imediatamente...portanto a capacidade de reflexão e de aprender com os erros. Mais do que frágil, a civilização contemporânea é teimosa, cabeça dura.

sábado, 12 de março de 2011

Pungente...

Tanta confusão acontecendo mundo afora e mundo adentro...tanta tragédia...mortes, fome, dor, tensão, conflito, tanto excesso de horror e tanta carência de humanidade, de bom senso, de respeito ao outro...

Acorda-se bem, abre-se os jornais do cotidiano e depara-se com a insustentabilidade que está se tornando a vida humana na terra...homens em luta contra a natureza (e contra a própria natureza)...claro que nessa luta todos perdem, tudo se perde.

Mas mesmo assim a gente insiste em querer ficar bem, em criar o bem particular... pelo menos por alguns momentos, por alguns minutos, horas, dias...não mais que isso, porque a realidade bate na cara o tempo todo...não tem outro jeito. Nascemos e inicia-se o ritual de boas vindas ao mundo da "beleza e do caos".

Hoje acordei com vontade de insistir em acreditar que "o mundo é bão Sebastião..." mas como é dificil...

terça-feira, 8 de março de 2011

O Sentido da Liberdade...

No final deste dia, 08 de março, vale a pena registrar um dos sentidos da liberdade por duas mulheres que admiro muito e a quem tenho lido com certa freqüência em meus momentos dedicados a boa leitura.

Identificação? talvez.

O meu sentido de libertade está registrado no autorretrato, abaixo.

“Luto por conquistar mais profundamente a minha liberdade de sensações e pensamentos, sem nenhum sentido utilitário: sou sozinha, eu e minha liberdade. É tamanha a liberdade, que pode escandalizar com a plenitude que consigo e que é sem fronteiras perceptíveis. Esta minha capacidade de viver o que é redondo e amplo, cerco-me por plantas carnívoras e animais legendários, tudo banhando pela tosca e esquerda luz de sexo mítico. Vou adiantar de modo intuitivo e sem procurar uma idéia: sou orgânica. E não indago sobre os meus motivos. Mergulho na quase dor de uma intensa alegria e para me enfeitar nascem entre os meus cabelos folhas e ramagens.” (Clarice Lispector em Água Viva)


"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."

Cecília Meireles em Romanceiro da Inconfidência (Obra poética)


sábado, 5 de março de 2011

Sobre Escolher...

Qualquer opção na vida, desde a escolha numa eleição para cargos como os de quem irá ocupar uma reitoria, a presidência da republica, a prefeitura, entre outros, e até mesmo a opção em se casar ou se manter solteiro (a), a escolha de um companheiro (a), não nos exime do pensamento crítico e de sua manifestação sobre isso.
Fazer uma opção após analisar diversos fatores, não nos torna cegos, pelo menos não deveria. Manter o espírito crítico nos fornece bagagem e respaldo para questionar, criticar, para suspeitar do mal explicado e cobrar respostas e providências. Mas também nos capacita para analisar, endossar e defender as ações e posturas corretas.
Assumir uma postura indica maturidade e responsabilidade. Mas também a tranqüilidade de saber que o perfeito não existe e que é lícito o direito de optar e de expressar opiniões contrárias ou não, sem incômodo algum. Viver em comunidade é isso. Não há alternativas. O equilíbrio social se dá por meio das divergências e da diversidade.
Que assim seja sempre. Apesar de libriana, odiaria viver num mundo rigorosamente equilibrado, ortodoxamente planejado, quanto mais num mundo militarmente imposto, apegado a tradições. Mas não abro mão de reivindicar um país (e um mundo) onde a justiça social seja a base de sustentação politica e econômica.
Não suporto as regras intocáveis, mas me alimento prazerosamente da alteridade, que implica em respeito, em solidariedade, em partilha. O outro pode ser o meu igual ou o meu diferente em vários aspectos, mas nossas possibilidades de exercer a cidadania e usufruir de direitos e deveres devem ser semelhantes. Qualquer coisa contrária a isso é para mim um imenso pesadelo.
Entre o sonho imperfeito - mas com varias aberturas que vão se clareando ao caminhar - e o maior pesadelo, opto pela imperfeição.

Sobre o "olhar na amplidão"

"Um Olhar na Amplidão" é o título de uma poema que escrevi em 2009, mas que não publiquei em lugar algum...talvez um dia o faça...ou não.

Foto da Abertura do Blog: Romis na Serra da Canastra - MG.